terça-feira, 4 de maio de 2010

Série - Shavuot (Pentecostes) Maio/2010


O Mistério OCULTO NO

CORAÇÃO DE DEUS


"pelo que, quando ledes, podeis perceber a minha compreensão do mistério de Cristo, o qual em outras gerações não foi manifestado aos filhos dos homens, como se revelou agora no Espírito aos seus santos apóstolos e profetas, a saber, que os gentios são co-herdeiros e membros do mesmo corpo e co-participantes da promessa em Cristo Jesus por meio do evangelho;" (Ef.: 3:4-6)

Agora me regozijo no meio dos meus sofrimentos por vós, e cumpro na minha carne o que resta das aflições de Cristo, por amor do seu corpo, que é a igreja; da qual eu fui constituído ministro segundo a dispensação de Deus, que me foi concedida para convosco, a fim de cumprir a palavra de Deus, o mistério que esteve oculto dos séculos, e das gerações; mas agora foi manifesto aos seus santos, a quem Deus quis fazer conhecer quais são as riquezas da glória deste mistério entre os gentios, que é Cristo em vós, a esperança da glória; o qual nós anunciamos, admoestando a todo homem, e ensinando a todo homem em toda a sabedoria, para que apresentemos todo homem perfeito em Cristo; (Col 1:24-28)

Quem poderia suspeitar? Quem jamais imaginou tal coisa? Em que momento passou pela mente de qualquer ser criado pelo Eterno que aquela Cruz não apenas ligava em Cristo os Céus e a Terra, mas, também o Oriente com o Ocidente, os judeus aos não judeus, os inimigos que agora tornam-se em Cristo, um só Corpo?

Oh profundidade da riqueza, tanto da sabedoria, quanto do conhecimento de Deus! Quão insondáveis são os seus juízos e quão inescrutáveis os seus caminhos!

Hoje quando quase não há mais judeus fazendo parte do Corpo de Cristo, corremos o risco de nos orgulhar contra os ramos verdadeiros, nós que fomos enxertados na Oliveira Verdadeira. Mas qual o desejo de Deus que nos enxertou? Antes tal aproximação era um mistério, algo que o inferno e os homens, nem sequer os sacerdotes, reis e profetas podiam suspeitar, que nós um dia seríamos juntados aos judeus como o Corpo do MASHIACH.

Sinais para isso quando hoje observamos a Bíblia como historiadores nunca faltaram: Abraão chamado de entre um povo pagão para servir ao Único Deus que existe; Judá que gerou seu filho Peretz com Tamar uma não judia; José que foi para o Egito preparar o caminho para seu povo; a Multiplicação do povo de Deus no meio do Egito; Os juízos de Deus sobre os egípcios que nos faz lembrar que O Aba corrige ao filho a quem ama; Os cuidados estabelecidos na Torah com os estrangeiros que desejassem buscar abrigo sob as Asas do Deus Eterno... Mas nenhum momento é tão significativo como este: A FESTA DE PENTECOSTES!

Lá no deserto algo sobrenatural ocorre. Ao pé do Monte Sinai quando Moisés declara ao povo todas as Palavras que O Eterno havia lhe dito, ele escreve tais Leis e ordenanças, e através do sangue, uma Aliança é feita como todo o povo. De repente algo sobrenatural se destaca em meio a tantas coisas sobrenaturais: O Povo a uma só voz, como se fossem uma só pessoa, um único Corpo (em hebraico PEH ECHAD – Uma Boca) – Declaram: NAASSÊ VENISHMÁ (Faremos e obedeceremos!). Que diferença deste dia para o dia em que as línguas foram confundidas em Babel, um grande sinal a respeito do que estava reservado para 50 dias depois da Ressurreição de Cristo. O povo de Deus em concordância, falando a mesma coisa, como declarando: Seja feita a Vontade de Deus nesta Terra, como é feita nos Céus. Suas atitudes buscariam este fim.

Muitas pessoas às vezes falam o mesmo idioma, mas, não conseguem falar a mesma língua, não conseguem concordar a respeito de nada e não progridem pelo princípio elementar de ligar coisas neste mundo natural, abrindo portas para o sobrenatural se manifestar.

Tudo o que foi gerado, estabelecido, vivido naqueles dias foi perpetuado pelo Povo de Israel, em suas gerações, e ainda que em muitos desvios nos dias dos juízes, a história de Naomi e Rute, se torna a mais vibrante e linda história profética, que sempre esteve ali, diante dos olhos de todos, mas, absolutamente guardada como símbolo do que Deus faria em aproximar os não judeus com a Casa de Israel, através do Cordeiro de Deus que tira o pecado do MUNDO.

Rute (nome que quer dizer: companheira) nos inspira até hoje em declarar à judia Naomi (nome que quer dizer: feliz, ditosa), que ela não judia ligava o seu destino ao destino de sua sogra, que seriam um só povo e teriam um Único Deus. A chegada das duas à cidade de Naomi, chamada Betlehem (A Casa do Pão), bem nos dias da colheita da cevada, e poucos dias antes da Festa de Shavuot – Pentecostes, narra como pano de fundo uma história de Amor de Deus conosco, a história de cuidados tão pouco perceptíveis, mas, dos quais seremos gratos por toda a Eternidade, dando a Ele adoração, honra e louvor.

Rute é zelosa em aprender tudo o que pôde sobre a Palavra deste Deus, que ela decide servir, entre tantas outras coisas descobre um cuidado especial do Eterno com os simples, com os carentes, com os desamparados. Ela descobre que há provisão em Deus para pessoas como ela que era viúva e estrangeira, e com toda ousadia que é o sinal da fé, vai então colher no campo de BOAZ (nome que quer dizer: Nêle está a Força), que seria o seu Resgatador.

Em cada uma destas coisas vemos a Mão do Eterno, e somos inspirados para perceber que seguindo os conselhos de Naomi, Rute, se purifica, se ornamenta e se perfuma para o encontro com o seu Amado. Rute, cuidadosamente descobre os pés de Boaz e se deita ali, como que lhe dizendo: Eu me ponho sob a tua autoridade, faça de mim o que bem quiseres. Como uma mulher que era de um povo estranho que cultuava falsos deuses, pode ter aprendido tanto a respeito do Deus vivo?

Resposta: Através do relacionamento com Naomi, a mulher judia!

Por fim, espantado pelo nível de quebrantamento e de dependência de Rute que poderia ter ido atrás de algum dos jovens de Israel, mas, decidiu estar aos seus pés. BOAZ, O Forte, toma a sua capa e entrega à Rute seis medidas de cevada, para que esta levasse tal provisão até sua sogra. O Forte, dá provisão para a não judia, suprir a judia. Esta provisão que nos lembra que durante seis dias o homem deveria trabalhar, mas, no sétimo deveria descansar. Seis anos a Terra deveria ser cultivada, mas, no sétimo ano a Terra deveria descansar, porque O Sétimo é do ETERNO. Esta atitude de Boaz aponta que muito em breve YESHUA, reinará desde Jerusalém sobre todas as nações da Terra, e o final do sexto dia, do sexto milênio que está diante de nós, juntos com O Nosso Amado reinaremos sobre todas as nações da Terra.

No dia de Pentecostes os 120 judeus que ser reuniram no Aposento superior, foram tomados por um poder e em muitas línguas diziam a mesma coisa: (PEH ECHAD), Falavam e proclamavam as Maravilhas de Deus, em todas as línguas conhecidas pelos visitantes de muitas nações que estavam em Jerusalém naqueles dias. Aquele era o Poder de Deus prometido para que até os confins da Terra fossem alcançados pelo Evangelho do Reino de Deus.

Que geração antes da nossa pôde contemplar a honra de ver, judeus e não judeus juntos servindo a Deus, respeitando cada um a sua própria liturgia e seus costumes e tradições, a não ser a geração dos primeiros apóstolos? Não falamos daqueles que se dizem judeus e não são, daqueles que infelizes com a Igreja procuram uma nova moda ou o seu espaço em muitas tradições que se desviaram radicalmente do que O Eterno deu ao seu povo através da Torah, mas, de pessoas que são felizes com o chamado e com a constituição que O Eterno lhes quis dar. Judeus que são felizes por ser judeus e servem a Deus, como judeus através do MASHIACH GLORIOSO, YESHUA, e não judeus, que são felizes por terem sido alcançados por tão grande salvação e servem a Deus com gratidão através de Jesus Cristo, nosso Senhor e Rei, o Único Mediador entre Deus e os homens (judeus e não judeus).

A Aliança de Sangue que O Eterno fez com Abraão e a Água que Yeshua ofereceu à mulher não judia no poço de Samaria, estavam lá na Cruz, quando Yeshua entregou sua vida e de seu lado assim como O Eterno sacou de Adão sua companheira, do lado transpassado pela lança do soldado, sai Sangue e Água, no momento em que de Cristo é sacada sua Noiva, a Igreja, agora os dois povos se juntam como O Corpo do MASHIACH.

Nestes dois mil anos a Igreja tem sido tão dilacerada como foi o Corpo de Jesus no dia da Crucificação, mas os Sonhos de Deus jamais morrerão, e a certeza maior que temos é que O Nosso Redentor Vive, e assim como nenhum de seus ossos foi quebrado, ainda há uma estrutura firme, compacta, que não foi partida. A Igreja, O Mistério oculto no coração de Deus, possui todas as condições para manifestar a Vida que YESHUA lhe deu, trazendo a Glória para nosso Deus e Pai.

Respondeu, porém, Rute: Não me instes a que te abandone e deixe de seguir-te. Porque aonde quer que tu fores, irei eu; e onde quer que pousares, ali pousarei eu; o teu povo será o meu povo, o teu Deus será o meu Deus. (Rt 1:16)

Paulo de Tarso, apóstolo
Igreja Apostólica Betlehem

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